bio

Meu nome é Priscilla Ballarin, sou uma artista paulistana em constante formação.

Apaixonada por linhas, desenho, papel, tipos e livros que nos tiram do chão, acredita, como diz o escritor Bartolomeu Campos de Queirós, que “a beleza é tudo aquilo que você não dá conta de ver sozinho” e cada vez mais vem atuando em projetos que partilhem desta crença.

Comecei minha formação com o ponto corrente (ou cadeado como dizem cá em Portugal), bordando pano de prato junto da minha mãe.

Um pouco depois, entre tardes intermináveis a desenhar com meu primo-irmão mais velho e cursos livres de fotografia cheguei a Escola Técnica Estadual Carlos de Campos (KK), onde cursei, por 4 anos, Desenho de Comunicação. E esta foi uma das experiências mais significativas da minha vida.

De lá para cá não sei o que é viver sem pensar em design gráfico.

Já trabalhando em pequenos estúdios de design, ingressei no curso de Licenciatura em Artes Plásticas na Escola de Comunicação da USP. Queria aprender o que era esta tal da artes visuais. Escolher Licenciatura foi o melhor dos mundos, pude passar pela fotografia, gravura, pintura, escultura, multimedia e ensino da arte.
Minha cabeça se abriu para o mundo.

Durante a Licenciatura tive a oportunidade de trabalhar na Escola do Futura da USP, desenvolvendo projetos de educação a distância para o setor público e privado. Aprendi um bocado sobre como trabalhar em equipe, mediar profissionais da tecnologia e educadores e desenhei muito muito… no computador. Neste período também dava aula de artes no infantário uma vez por semana. Era meu dia mágico.

Segui para uma agência de eventos e mergulhei no mundo intenso da publicidade e suas “urgências”. Esta vivência fez com que eu abrisse minha própria produtora de vídeo e design. Tentava provar a mim mesma ser possível trabalhar de forma saudável e cooperativa. Assim foi e, em 2006 fundei com Kico Santos o Studio Prompt. Lá fiquei até 2014.

Descobri aí a diferença entre ser designer e empresária.

Em 2010 meus dedinhos começaram a coçar, montei com Joana Salles e Vivi Franson o Amar.é.linha – uma atelier de experimentos gráficos e têxteis. Voltei a bordar e a promover encontros de prosa, bordado e desenho em casa, parques e Sescs.

Já em 2012, desejosa de brincar com arte no espaço público, criei com Eliza Freire o Desejos Urbanos. E por ele espalhamos pela cidade, pássaros de papelão coloridos, barquinhos flutuantes de papel, espelhos com histórias, participamos do Anima Mundi, pintamos alguns céus em chão estrelados, montamos minibibliotecas em paragens de autocarro. Ministramos palestras, oficinas e cursos sobre brincar com arte.

Aprendi na prática que era possível juntar design, arte e educação.

Em 2014, conheci o trabalho de Katsumi Komagata em um encontro de ilustradores em Valladolid. Foi muito intenso ter acesso ao seus livros ao mesmo tempo que o conhecia pessoalmente. Me apaixonei pela possibilidade de criar meus próprios livros, o que me levou a estudar mais e mais o assunto.

Decidi experimentar sem medo e acabei por publicar 3 livros infantis em parceria com Edith Chacon (amiga, escritora, educadora): Era uma vez outra vez, pela Edições Barbatana – 2017, (Des) Apontado, pela Editora Amelì e Na casa deles, uma publicação independente – ambos em 2020.

Em 2016, por coisas que só o coração compreende, vim morar em Portugal. Comecei a investigar o bordado em papel e a criar livros em pequenas tiragem.

Logo que cheguei conheci o Gerador, me encantei pelo projeto: uma plataforma sobre a cultura portuguesa e o bichinho do design gráfico atacou novamente. Hoje desenho para suas redes sociais, eventos e materiais impressos.

Desde então passei a viver meio cá, meio lá. E desta experiência nasceu um projeto muito bonito chamado Linguará – uma revista pela língua portuguesa, que buscava encurtar as distâncias impostas pela geografia. Fui editora e designer da Linguará entre 2018 e 2020.

Em 2020, em meio a pandemia, voltei a estudar. Mestrado em Práticas Tipográficas e Edições Contemporâneas na Universidade de Lisboa e o curso de extensão de Livro de Artista e suas extensões gramaticais na A Casa Tombada – São Paulo/Brasil.

Agora, em pontos livres sigo a costurar retratos, imagens e livros de mundos tão diferentes e tão próximos.


Lisboa,
Dia desses de 2020